quarta-feira, 16 de julho de 2014

Relatório de trabalho - 1º bimestre de 2014 - Ensino de Sociologia

Relatório de trabalho – 1º bimestre de 2014
Professor MS. Ronan Gomes Gonçalves
Formação: Licenciado, bacharel e mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.
1 ano cursado de Pedagogia pela Univesp-Unesp de Assis.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO: aluno estagiário em pesquisa acadêmica, pesquisador temporário em censo penitenciário, alfabetizador de presos, professor de ensino básico na rede pública, escritor.

1º BIMESTRE CONTEÚDO TRABALHADO: trabalhei temas transversais em sociologia enquanto as apostilas do currículo oficial não chegavam. 
1-      O que é sociologia e onde ela se aplica: expliquei o significado da palavra sociologia, sua origem europeia – França e Alemanha -, sua presença como formação complementar de muitas pessoas e seu uso variado em distintos campos. Procurei mostrar como o conhecimento sobre a realidade social é usado pelas empresas, na TV, na publicidade, em políticas públicas, em políticas partidárias, na segurança pública e outros.
2-      Movimento Passe Livre e os protestos de junho de 2013: tratei da origem do movimento Passe Livre, sua inspiração na “revolta do Buzu” ocorrida na Bahia em 2003, seu caráter enquanto movimento juvenil, o papel da internet para a mobilização nacional, a presença de setores violentos, a relação com a mídia e outros. Como impactou a política nacional chegando a inspirar movimentos em outros países (México), o surgimento de uma nova mídia, e como inspirou produções estéticas:  filmes, músicas, charges, camisetas, peças de teatro, livros...
3-      Educação no Brasil: mostrei como o fato de o país ter sido escravocrata e muito rural por longo tempo atrasou a criação de um sistema escolar amplo. Abordei o papel dos jesuítas na criação das primeiras escolas e como somente no século 20 se pensa uma rede laica e pública para o povo. Abordei como há fortes diferenças regionais, ficando o Norte e o Nordeste com escolas mais precárias – muitas sem energia elétrica. Citei os maiores desafios: 14 milhões de analfabetos no país, muitos analfabetos funcionais e a necessidade de melhorar o ensino no geral. Abordei a forte evasão no ensino médio: o país tem metade dos jovens de 15 a 18 anos fora da escola. Por fim, tratei como problemas estruturais do federalismo – relação entre União e Estados – geram graves atrasos no setor, faltando um currículo realmente unificado.
4-      Atos contra a Copa: abordei o fato de ter diminuído de 80% para menos de 50% a aprovação popular sobre o evento. Que a crítica do povo ficou por conta de os gastos bilionários não serem de primeira necessidade como saúde e educação, a questão da corrupção que fez o evento custar mais que o dobro do que custou a copa na Alemanha, a questão de ter havido despejos e remoções, acidentes de trabalho com mortes e uso oportunista do evento por uns – houve clube que chegou a contratar jogador com dinheiro público da copa. Expliquei quais eram os grupos que organizavam as manifestações – geralmente jovens, estudantes, gente de esquerda, mas também uns Black blocs (violentos). Tratei do fato de a mídia ficar contra os atos, o governo mobilizar fortemente a segurança e de como os atos vão aumentando conforme vai ficando mais próxima a copa. Também abordei o papel de algumas personalidades e entidades que intervieram no assunto.
5-      Religião no Brasil: expliquei que o país possui uma ampla diversidade religiosa por conta da migração. Japoneses, árabes, portugueses, africanos, alemães, estadunidenses, cada povo que veio pra cá e formou a base da nação trouxe uma religião própria. Assim, o Brasil possui variadas entidades religiosas, predominando a católica. Expliquei que até o século XIX o catolicismo era a religião oficial, que há 30 mil denominações religiosas diferentes e que o país possui ampla liberdade e tolerância religiosa. Assim, é muito mais fácil morrer por conta de futebol do que por conta de credo religioso no país. Enquanto outros países apresentam conflitos sangrentos por questões religiosas, no Brasil as pessoas se matam por futebol. Expliquei que no país predominam religiões oralizadas, havendo pouca leitura. Os grupos com maior carga de leitura são o espírita e o judaico. Abordei o novo papel da TV para as pregações e como é hoje importante estar na TV para que um grupo religioso possua maior alcance. Tratei que o governo dá vários incentivos de isenção fiscal para os grupos – IPTU, IPVA, IOF. Abordei a questão do trânsito religioso e como está aumentando a população evangélica ao passo que diminui a católica. Expliquei que os grupos religiosos possuem forte atuação social: oferecem espaço de convivência, atividades culturais, apoio psicológico, orientação ética e moral e que em muitos cantos, carentes de tudo, esses grupos são os únicos a chegar.       

Após o trabalho com os temas transversais, dei início ao trabalho com o currículo oficial, as apostilas.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR: pedi aos alunos que assistissem no Youtube o filme documentário “Pro dia nascer feliz” que aborda a educação e as diferenças de classe e de região sobre o assunto. Cada aluno deveria apresentar um texto analítico sobre o filme. A escolha do documentário também foi pensada para que eles possam adquirir a capacidade de lidar com outros modelos estéticos.
METODOLOGIA: trabalho um tema a cada duas aulas. Na primeira aula, para cada tema eu apresento um resumo escrito na lousa que os alunos devem copiar, guardando uma síntese sobre o tema. Escrevo os tópicos mais importantes. Em seguida, faço uma explanação oral na qual explico cada tópico e adiciono várias informações que os alunos devem copiar no decorrer da fala. Explico a eles que nas faculdades é assim e que devem se acostumar a fazer anotações em sala. Na segunda aula, eu retomo mais rapidamente o tema trabalhado e peço que os alunos escrevam um texto de até 30 linhas sobre o assunto abordado. Nesse texto, o aluno tem que colocar as informações apresentadas, mas pode expressar, também, opiniões próprias, desde que relevantes para o tema. O padrão de um máximo de 30 linhas é para eles se acostumarem com o padrão pedido pelo ENEM. A escrita se baseia em estudos de neuro-linguistas que afirmam haver maior aprendizado quando se escreve sobre o tema estudado. No processo, eu explico cada palavra desconhecida dos alunos e cada conceito para que eles possam adquirir maior vocabulário e capacidade de leitura. Exijo máxima atenção enquanto explico.

AVALIACAO: as atividades do caderno são vistadas. Elas são obrigação do aluno e a falta de cada uma acarreta desconto na nota. O trabalho complementar conta como elemento adicional na média. Há uma prova bimestral com cinco questões de múltipla escolha baseadas no conteúdo trabalhado. 

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