sexta-feira, 8 de agosto de 2014
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Temas que foram destaque e podem cair na redação do ENEM - 2014
Essa lista foi
elaborada com base na leitura diária de jornais – Folha de São Paulo e O Estado
de São Paulo, sites de conteúdo como o das revistas EXAME, VEJA, Época, Isto É,
portal UOL, G1, R7, e outros sites independentes como Ópera Mundi, Óbvious,
Rede Brasil...
Obs: haveria outros
temas a citar, como a questão da inflação, as eleições em sentido amplo, as
olímpiadas de 2016, mas devemos recordar que nunca ocorreu de o governo colocar
temas que sejam de crítica ao partido no poder. Assim, um tema importante como
o Plano Real penso que não cai porque seria apologia aos partidos de oposição
ao governo. Da mesma forma, nunca iria cair mensalão.
Os
limites do humor e a liberdade de expressão (lembrar polêmicas com o Pânico e
caso Rafinha Bastos) - BRICS, Brasil Potência (agronegócio, mercado interno sólido, exportações,
transnacionais brasileiras) – crescimento
econômico da África - Guerra civil
na Síria – Tráfico (Brasil é rota e 2º consumidor mundial de cocaína, 1º
consumidor mundial de crack) – Marco civil da internet – Avanço da educação
online - Comissão da Verdade e tortura no regime militar – Boatos na internet –
50 anos do golpe militar de 1964 – Racismo e ética no futebol - Unificação das
polícias – Avanço do Brasil no IDH – Criação de um currículo unificado
(educação) - Cotas nas universidades federais – Caos da mobilidade urbana – Crise
da água e sustentabilidade – Desafios
da saúde pública - Eleições presidenciais– Embate PT X PSDB - Crise
educacional – Violência dos trotes universitários – Alunos brasileiros no
exterior (Ciência sem fronteiras) - Perda de força do parlamento (partidos
fracos e submissos) – Rolezinhos – Ascensão dos evangélicos - Ascensão
feminina (caso Femen e marcha das vadias) – Violência Policial – Classe C – Bicicleta, transporte público e
crise da sociedade do automóvel – Liberdades sexuais, casamento gay – Ecologia –
Copa 2014 – Individualismo –
Descriminalização das drogas – Crise na
Ucrânia– Conflito Israel x Palestina - Inovações tecnológicas e
impactos éticos e sociais – Biografias não autorizadas e liberdade de expressão
– Alimentos transgênicos - Conflito
entre Supremo Tribunal Federal e o Congresso -Atuação do Estado para mudar
hábitos da população (lei Anti-fumo, proibição de álcool para menores) – Redes
sociais – Variedade linguística no Brasil – Grandes eventos e inserção do Brasil no mercado global dos lazeres -
Supervalorização da beleza física – Descriminalização do aborto – Direito do
consumidor (caso Tim, planos de saúde) – PAC, hidrelétricas e conflitos com
indígenas e ambientalistas – Mercosul – Protecionismo
e crise na Argentina – Movimentos
sociais – Movimento Sem-Teto,
Movimento Passe Livre – Reurbanização de centros históricos – Respeito aos
idosos e deficientes – Analfabetismo funcional – Roubo de cargas - A questão do lixo no Brasil – Efeitos da Lei Maria da Penha- Liberdades
individuais na Rússia (proibição de parada gay, espancamento de jornalistas,
caso banda Pussy Riot) – Linchamentos –
Plano Nacional da Educação
- Alguns temas são
permanentes e podem cair: corrupção, violência, desigualdade social, violência
contra mulheres, violência contra crianças – problemas na saúde...transporte,
má infraestrutura, bullyng
domingo, 3 de agosto de 2014
Todos os temas das redações do ENEM - 1998 a 2013
1998: viver e aprender
1999: protagonismo juvenil
2000: direitos da criança e do adolescente: como enfrentar
esse desafio nacional
2001: desenvolvimento e preservação ambiental, como
conciliar esse conflito?
2002: o direito de votar: como fazer dessa conquista um meio
para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?
2003: a violência na sociedade brasileira: como mudar as
regras desse jogo?
2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar
abusos nos meios de comunicação?
2005: o trabalho infantil na realidade brasileira
2006: o poder de transformação da leitura
2007: o desafio de se conviver com a diferença
2008: escolher entre 3 ações de combate ao desmatamento da
Amazônia e refletir sobre as possibilidades e limites da ação escolhida
2009: corrupção
2010: trabalho na construção da dignidade humana (texto
trabalho escravo e trabalho em escritório)
2011: viver em rede: os limites entre o público e o privado
2012: movimento migratório para o Brasil no século XXI
2013: Lei seca (contra o consumo de álcool e direção).
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Esquemão para produção de aulas de sociologia focadas no ENEM
Título: O que é tecnocracia
Resumo: tecnocracia é um conceito
que define o exercício do poder por um grupo que possui conhecimentos
especializados. Assim, pode-se falar em tecnocratas da educação, tecnocratas da
segurança, tecnocratas da saúde e etc.
Habilidade do ENEM trabalhada:
compreender mudanças técnicas e tecnológicas e sua relação com produção, conhecimentos
e vida social
Professor: enfatizar o quadro
amplo do poder e explicar o que é tecnocracia. Texto para o professor: setores não eleitos diretamente possuem amplo impacto sobre a
sociedade e os cidadãos. Definir tecnocracia. Exemplificar questão da água em São Paulo.
Aluno: leitura de texto de jornal
sobre o tema.
Atividade: perguntas e escrita:
qual o tema geral da reportagem? Você tinha se preocupado tanto com a água
antes? Quais são as autoridades sobre os recursos hídricos? Gerir a água é uma
forma de poder? Explique!
Resultado: absorção de conceito,
problematização de tema atual, leitura, escrita, aquisição de vocabulário
Palavras e conceitos: conceito de tecnocracia + palavras
desconhecidas.
Referências complementares: filme sobre o tema, artigo, matéria...se preocupando sempre com a possibilidade real de acesso.
Referências complementares: filme sobre o tema, artigo, matéria...se preocupando sempre com a possibilidade real de acesso.
sexta-feira, 18 de julho de 2014
DIRECIONANDO AS AULAS DE SOCIOLOGIA PARA O ENEM
Segue um resumo das matrizes de referência focando nos conteúdos de sociologia. O link com o documento completo está a seguir: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2012/matriz_referencia_enem.pdf
ENEM..criado em 1998 pra avaliar a educação básica. Desde 2009 também para ingresso nas IFES.
ENEM..criado em 1998 pra avaliar a educação básica. Desde 2009 também para ingresso nas IFES.
Demonstrar Domínio Geral: dominar
linguagens, compreender fenômenos, enfrentar situações problema, construir argumentação,
elaborar propostas.
Humanas: compreender
a questão da identidade, as mudanças no espaço como fruto do poder estatal e da
economia, compreender origem e papel das instituições relacionadas aos vários
grupos (identitários) e movimentos, compreender mudanças técnicas e
tecnológicas e sua relação com produção, conhecimento e vida social,
compreender fundamentos históricos da cidadania e democracia, compreender
relação entre sociedade e natureza e as mudanças no processo de interação de
uma com a outra.
Objetos de
conhecimentos em humanas - Quadro Geral:
Diversidade, conflitos e vida em sociedade
Ação do Estado, movimentos sociais, pensamento político, organização
social
Estruturas produtivas e transformações
Natureza e relação com o ambiente
Representação espacial
Temas específicos de
sociologia:
Cultura material e imaterial, patrimônio e diversidade no
Brasil
Movimentos culturais: impactos na politica e sociedade
Cidadania e democracia, estado e direitos, tipos de
democracia: direta, indireta, representativa
Formação da nação e conflitos entre grupos no Brasil
imperial
Colonização e migração: conflitos, impacto cultural
Tipos de direito: politicas afirmativas, direitos sociais no
Brasil
Escravismo, feudalismo, capitalismo, socialismo
Revolução industrial e impactos sociais
Indústria, urbanismo e mudanças sociais no Brasil
Globalização, tecnologias e consequências
Agronegócio, mudanças no campo, relação cidade-campo
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Relatório de trabalho - 1º bimestre de 2014 - Ensino de Sociologia
Relatório de trabalho
– 1º bimestre de 2014
Professor MS. Ronan
Gomes Gonçalves
Formação: Licenciado, bacharel e
mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista – Campus de
Marília.
1 ano cursado de Pedagogia pela
Univesp-Unesp de Assis.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL EM
EDUCAÇÃO: aluno estagiário em pesquisa acadêmica, pesquisador temporário em
censo penitenciário, alfabetizador de presos, professor de ensino básico na
rede pública, escritor.
1º BIMESTRE CONTEÚDO TRABALHADO: trabalhei temas transversais em sociologia enquanto as apostilas do currículo oficial não chegavam.
1º BIMESTRE CONTEÚDO TRABALHADO: trabalhei temas transversais em sociologia enquanto as apostilas do currículo oficial não chegavam.
1- O
que é sociologia e onde ela se aplica: expliquei o significado da palavra
sociologia, sua origem europeia – França e Alemanha -, sua presença como
formação complementar de muitas pessoas e seu uso variado em distintos campos.
Procurei mostrar como o conhecimento sobre a realidade social é usado pelas
empresas, na TV, na publicidade, em políticas públicas, em políticas
partidárias, na segurança pública e outros.
2- Movimento
Passe Livre e os protestos de junho de 2013: tratei da origem do movimento
Passe Livre, sua inspiração na “revolta do Buzu” ocorrida na Bahia em 2003, seu
caráter enquanto movimento juvenil, o papel da internet para a mobilização
nacional, a presença de setores violentos, a relação com a mídia e outros. Como
impactou a política nacional chegando a inspirar movimentos em outros países
(México), o surgimento de uma nova mídia, e como inspirou produções
estéticas: filmes, músicas, charges,
camisetas, peças de teatro, livros...
3- Educação
no Brasil: mostrei como o fato de o país ter sido escravocrata e muito rural
por longo tempo atrasou a criação de um sistema escolar amplo. Abordei o papel
dos jesuítas na criação das primeiras escolas e como somente no século 20 se
pensa uma rede laica e pública para o povo. Abordei como há fortes diferenças
regionais, ficando o Norte e o Nordeste com escolas mais precárias – muitas sem
energia elétrica. Citei os maiores desafios: 14 milhões de analfabetos no país,
muitos analfabetos funcionais e a necessidade de melhorar o ensino no geral.
Abordei a forte evasão no ensino médio: o país tem metade dos jovens de 15 a 18
anos fora da escola. Por fim, tratei como problemas estruturais do federalismo
– relação entre União e Estados – geram graves atrasos no setor, faltando um
currículo realmente unificado.
4- Atos
contra a Copa: abordei o fato de ter diminuído de 80% para menos de 50% a
aprovação popular sobre o evento. Que a crítica do povo ficou por conta de os
gastos bilionários não serem de primeira necessidade como saúde e educação, a
questão da corrupção que fez o evento custar mais que o dobro do que custou a
copa na Alemanha, a questão de ter havido despejos e remoções, acidentes de
trabalho com mortes e uso oportunista do evento por uns – houve clube que
chegou a contratar jogador com dinheiro público da copa. Expliquei quais eram
os grupos que organizavam as manifestações – geralmente jovens, estudantes,
gente de esquerda, mas também uns Black blocs (violentos). Tratei do fato de a
mídia ficar contra os atos, o governo mobilizar fortemente a segurança e de
como os atos vão aumentando conforme vai ficando mais próxima a copa. Também
abordei o papel de algumas personalidades e entidades que intervieram no
assunto.
5- Religião
no Brasil: expliquei que o país possui uma ampla diversidade religiosa por
conta da migração. Japoneses, árabes, portugueses, africanos, alemães,
estadunidenses, cada povo que veio pra cá e formou a base da nação trouxe uma
religião própria. Assim, o Brasil possui variadas entidades religiosas,
predominando a católica. Expliquei que até o século XIX o catolicismo era a
religião oficial, que há 30 mil denominações religiosas diferentes e que o país
possui ampla liberdade e tolerância religiosa. Assim, é muito mais fácil morrer
por conta de futebol do que por conta de credo religioso no país. Enquanto
outros países apresentam conflitos sangrentos por questões religiosas, no
Brasil as pessoas se matam por futebol. Expliquei que no país predominam
religiões oralizadas, havendo pouca leitura. Os grupos com maior carga de
leitura são o espírita e o judaico. Abordei o novo papel da TV para as
pregações e como é hoje importante estar na TV para que um grupo religioso
possua maior alcance. Tratei que o governo dá vários incentivos de isenção
fiscal para os grupos – IPTU, IPVA, IOF. Abordei a questão do trânsito
religioso e como está aumentando a população evangélica ao passo que diminui a
católica. Expliquei que os grupos religiosos possuem forte atuação social:
oferecem espaço de convivência, atividades culturais, apoio psicológico, orientação
ética e moral e que em muitos cantos, carentes de tudo, esses grupos são os
únicos a chegar.
Após o trabalho com os temas
transversais, dei início ao trabalho com o currículo oficial, as apostilas.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR: pedi aos
alunos que assistissem no Youtube o filme documentário “Pro dia nascer feliz”
que aborda a educação e as diferenças de classe e de região sobre o assunto.
Cada aluno deveria apresentar um texto analítico sobre o filme. A escolha do
documentário também foi pensada para que eles possam adquirir a capacidade de
lidar com outros modelos estéticos.
METODOLOGIA: trabalho um tema a
cada duas aulas. Na primeira aula, para cada tema eu apresento um resumo escrito
na lousa que os alunos devem copiar, guardando uma síntese sobre o tema.
Escrevo os tópicos mais importantes. Em seguida, faço uma explanação oral na
qual explico cada tópico e adiciono várias informações que os alunos devem
copiar no decorrer da fala. Explico a eles que nas faculdades é assim e que
devem se acostumar a fazer anotações em sala. Na segunda aula, eu retomo mais
rapidamente o tema trabalhado e peço que os alunos escrevam um texto de até 30
linhas sobre o assunto abordado. Nesse texto, o aluno tem que colocar as
informações apresentadas, mas pode expressar, também, opiniões próprias, desde
que relevantes para o tema. O padrão de um máximo de 30 linhas é para eles se
acostumarem com o padrão pedido pelo ENEM. A escrita se baseia em estudos de
neuro-linguistas que afirmam haver maior aprendizado quando se escreve sobre o
tema estudado. No processo, eu explico cada palavra desconhecida dos alunos e
cada conceito para que eles possam adquirir maior vocabulário e capacidade de
leitura. Exijo máxima atenção enquanto explico.
AVALIACAO: as atividades do
caderno são vistadas. Elas são obrigação do aluno e a falta de cada uma
acarreta desconto na nota. O trabalho complementar conta como elemento
adicional na média. Há uma prova bimestral com cinco questões de múltipla
escolha baseadas no conteúdo trabalhado.
Currículo do Estado de São Paulo: Metodologia do Ensino de Sociologia
Não é necessário expor novamente os dados cotidianamente publicados para
se afirmar a existência de um hiato entre o que é trabalhado nas licenciaturas
de ciências sociais e a realidade escolar do ensino médio. Certamente se
poderia arrolar como desculpa o fato de a sociologia ter ficado durante longos
anos excluída do currículo enquanto disciplina obrigatória, ressalva para o
fato de haver o mesmo distanciamento que ocorre com outras disciplinas consagradas,
como geografia e história, e é característica geral das licenciaturas. Entretanto,
não se pode desconsiderar que a luta pela institucionalização da sociologia não
foi adequadamente acompanhada da discussão séria sobre currículo e metodologias
de ensino.
Mesmo agora em que a sociologia é disciplina por lei, se encontra muito
poucas referências ao ensino nos congressos, palestras e debates acadêmicos.
Via de regra, embora parcela significativa dos formados acabe indo lecionar no
ensino médio, as atenções na academia estão todas voltadas para o ensino
superior. O resultado é a formação de professores sem clareza quanto ao
currículo e, principalmente, metodologia de ensino a serem aplicados. Essa
constatação dá validade a que se atente para o currículo de sociologia
implantado no Estado de São Paulo no contexto da reforma educacional em curso,
bem como à metodologia aplicada. O estudo do que tem sido feito no âmbito
escolar é importante não só como pesquisa em si sobre os elementos e
significados do currículo mas como ponto de referência para o desenvolvimento
de propostas e um pensar a respeito do trabalho realizado nas licenciaturas.
Materiais:
Em São Paulo, o currículo de sociologia se apresenta em três dimensões:
ao aluno é ofertado o caderno do aluno, o
professor recebe o caderno do professor e há atividades de formação continuada desenvolvidas
pelo programa Rede Aprende com a Rede, que
consiste em cursos online em que os intelectuais responsáveis pela formulação
do currículo surgem em videoaulas disponíveis aos professores. O material do
aluno constitui suporte para as atividades em sala, o do professor é um guia de
ensino que contém o conteúdo a ser ministrado e as orientações sobre como
trabalhar em sala, as videoaulas surgem como atividades formativas que fazem
uma discussão e revisão de parte do currículo.
Objetivo do Currículo:
O
currículo foi desenvolvido por Heloísa de Sousa Martins e equipe,
tendo como objetivo construir uma consciência política e cívica, uma vez que se
entende que há uma falta de consciência sobre as questões sociais por falta de
uma orientação sociológica. Não tem interesse, portanto, em formar sociólogos,
mas construir um aluno do ensino médio capaz de um outro olhar sobre a
realidade que o rodeia.
Indica-se que a sociologia ajuda na participação racional e informada dos
cidadãos, contribuindo para uma formação ética, autonomia intelectual, e um
pensamento crítico. A sociologia ajudaria a superar o senso comum, que tudo
sabe e explica, conhecimento imediatista, acrítico, com prenoções e
preconceitos. Ela busca construir um conhecimento orientado pelo distanciamento
da observação e da análise.
Há a preocupação com o desenvolvimento da imaginação sociológica, segundo
a conceituação de Wright Mills, que entende essa como a capacidade de pensar a
sociedade para se comprender o próprio percurso biográfico. A sociologia
ajudaria o jovem entender a sua própria vida dentro do contexto social maior, compreender
a sua própria experiência enquanto membro da sociedade, localizar-se a si e ao
outro no contexto social - entender seu mundo.
O currículo tem preocupação com a construção das identidades. Surge como
oportunidade de autoconhecimento para o estudante. Procura mostrar aos alunos
que a identidade é sempre relacional, marcada pela diferença. Ele é ele porque
é diferente do outro, e só é possível compreender a si mesmo compreendendo o
outro.
Temas e Conteúdo:
Se há algo que não se pode afirmar
sobre o currículo de sociologia é que ele tenha sido feito com preguiça. Ao contrário,
diferentemente do currículo de muitas unidades escolares e de Secretarias de
Educação de outros Estados que consistem na aplicação pura e simples de livros
com conteúdos de sociologia ou meras indicações de temas, o currículo do Estado
de São Paulo parte, ele próprio, de um prévio conhecimento sociológico a
respeito da clientela a que se destina e dos temas pertinentes a tais.
O currículo leva em conta que o
ensino se destina a uma juventude afetada por várias questões e procura se
estruturar por temas que focam na juventude. Vemos arroladas a questão da
violência, do desemprego, das identidades e culturas juvenis, do simbolismo que
permeia a vida social, da estratificação, da comunicação e cultura, do
trabalho, da migração, da cidadania e formas de participação, das estruturas
governamentais que os afetam, da desumanização e coisificação, da esperança e
do sonho. É claramente um currículo voltado para o jovem, formulado em cima de
três grandes eixos: cultura e socialização, diferença e desigualdade,
cidadania.
Assim, o primeiro ano abarca o surgimento e função da sociologia, a
desnaturalização e estranhamento da realidade, o homem como ser social, a
socialização em várias etapadas da vida, as diferenças entre sociedades, o
simbólico e a cultura, as desigualdades de gênero, classe social, geração e desigualdades
decorrentes de preconceito de cor. O segundo ano contém diversidade social
brasileira nacional e regional, a questão do estrangeiro, migrações,
aculturação e assimilação, cultura e cultura de massa, o trabalho como
mediação, divisão social, sexual e etária do trabalho, aspectos do trabalho no
mundo industrial, exploração, emprego e desemprego, mudanças no mundo do
trabalho, violências simbólicas, sexuais, físicas, psicológicas, escolares, domésticas
e as razões para a violência. O terceiro ano é explicitamente de política,
contendo cidadania – origem,
desenvolvimento, tipos de direito, constituição de 1988, lutas e expansão da
cidadania, grupos especiais de direito: crianças, idosos, mulheres; movimentos
sociais e formas de participação popular na história brasileira, movimentos
populares urbanos, novos movimentos sociais (feminista, ecológico, GLBT,
negro), teoria do Estado, sistemas de governo, organização política do Estado
brasileiro, eleições e partidos políticos, desumanização e coisificação do
outro, reprodução da violência e da desigualdade, papel social transformador da
esperança e do sonho.
Vê-se a presença da sociologia, antropologia
e da política que são permeadas por conteúdos históricos e geográficos além de
referências estéticas. Embora o terceiro ano seja todo ele de política, o
primeiro e o segundo mesclam sociologia e antropologia. Os três eixos, cultura
e socialização, diferença e desigualdade, cidadania, também estão presentes nos
três anos, embora haja uma predominância do tema cidadania no terceiro.
Princípios Orientadores:
O currículo se estrutura em três grandes princípios atitudinais:
-Estranhamento.
-Desnaturalização.
-Construção do olhar sociológico.
O estranhamento consiste na metodologia de se buscar conhecer a
realidade, os fatos sociais, como se fosse um observador externo, olhando de
fora. A ideia é buscar fazer com que o aluno consiga se afastar para observar
de longe os fatos sociais, vendo-os como estranhos, num exemplo, estranhar o
fato de todos torcerem para a seleção brasileria de futebol em nosso
território. A desnaturalização consiste na metodologia de não tomar como natural a realidade,
entender que todos os fatos sociais requerem uma explicação racional. Busca dispensar
as justificações óbvias e cotidianas que naturalizam os fatos, pois isso é requisito
de novas abordagens e novas explicações fundadas na razão, deve-se explicar
todos os fatos sociais. No mesmo exemplo, explicar a razão de todos torcerem
para a seleção brasileira questionando se sempre foi assim. O olhar sociológico
parte dos dois princípios expostos e busca interrogar a realidade social,
questionar as relações entre pessoas, superar o senso comum, que é o pensamento
de quem tem preguiça de pensar, buscando enredar os fatos numa rede mais ampla
que é a das causalidades sociais. No exemplo, buscar os condicionantes sociais
que criaram e mantém a existência de uma massiva torcida para um time de
futebol, a seleção brasileira. O olhar sociológico atenta ainda para o fato de
como nosso olhar é construído e determinado socialmente, o que implica ponderar
nosso próprios valores como condição de bem observar os fatos sociais.
Metodologia de Ensino:
Se baseia num tripé: alfabetização
conceitual, absorção e discussão de temas,
pesquisa. Por exemplo, ao trabalharar a questão dos fluxos migratórios,
se desenvolve o aprendizado sobre o conceito de estrangeiro para Simmel, se
discute o tema em si baseado em dados empíricos que trazem conhecimento sobre a
realidade das migrações e se propôe pesquisa ao aluno. O currículo contém um processo
contínuo de aprendizado sobre como a sociologia aborda diferencialmente dados
temas, o que gera uma vocabulário próprio e foco específico. Em sociologia, trabalho,
por exemplo, é diferente de emprego. A esse aprendizado inicial do conceito e
do vocabulário sociológico soma-se o conhecimento direto da questão que, por
fim, serve de objeto para pesquisas e novas formulações.
A abordagem é bastante prática, uma
vez que o currículo, contrariando o que é hegemônico nas universidades, desviou-se
da velha tradição de se ver o ensino de sociologia como mero ensino do
pensamento sociológico. Num exemplo, procura-se ensinar ao aluno o Estado tal
qual ele existe institucionalmente e não somente as ideias de Estado
construídas por Maquiavel, Hobbes ou Rosseau. Uma vez que se pretende compreender
quem o aluno é, toma-se o seu mundo como ponto de partida e de chegada,
aproxima-se dele para estranhar o mundo com ele, utiliza-se os temas e
conceitos da teoria aplicando-os aos problemas que afetam os brasileiros e
brasileiros jovens.
Como prática de aula, o ensino aposta no diálogo professor-aluno, e no
diálogo com outras disciplinas. Possui, em cada situação de aprendizagem, uma parte
inicial de sensibilização onde se procura despertar o alunado para a temática
que se irá trabalhar. Deve-se, ainda, usar o conhecimento dos jovens como ponto
de partida e desenrolar da atividade. O diálogo com outras disciplinas inclui o
uso das ciências sociais, estatística, biologia, história, geografia,
filosofia, direito, guardando-se a especificidade de cada área.
O material para trabalho em sala contém:
- Texto para leitura e análise:
sociológicos, literários, poemas, letras de música
- Pesquisas e dados
- Indicação de filmes e
documentários
- Gráficos e tabelas
-Fotografias, charges, símbolos.
-Questionários e propostas de textos
a serem desenvolvidos
- Propostas de atividades
individuais e coletivas
A leitura e análise de textos é a base, dada a preocupação de se aumentar
a leitura dos alunos tanto com textos sociológicos, como literários, letras de
música e etc. O currículo preocupa-se que o aluno aprenda a entender o que lê,
ser capaz de compreender e interpretar o texto, assim como, desenvolver a
capacidade argumentativa.
Aponta que se deve:
-Perguntar aos alunos o que entendeu
do texto, extraindo seu entendimento
-Fazer o aluno anotar palavras que
não conhece
-Fazer o aluno ler antes da aula
-Procurar no dicionário
Deve-se, também, fazer o exercício da escrita para que o aluno exponha a
compreensão do que foi lido e explicado. Entende que atividades escritas ajudam
o aluno a ordenar ideias, construir argumentos com coerência lógica e correção
gramatical.
Aponta que deve-se utilizar as pesquisas como recurso para o olhar
sociológico, observar a realidade e refletir sobre ela. Os questionários ajudam
a refletir sobre as questões e os filmes auxiliam na construção da imaginação
sociológica, além de romper o ensino baseado somente na fala. Os gráficos e as tabelas ajudam a esclarecer
os conceitos.
Ao se analisar textos, deve-se focar o título, a fonte do texto, os
gráficos e tabelas que existam e esclarecer as siglas. Ao usar mapas, deve-se
comparar os dados gerais com os dados setoriais, também pode-se aumentar o
levantamento buscando dados sobre a realidade local. Pode-se usar a mídia como
referência e enriquecimento da discussão e outros conhecimentos que estejam
acessíveis aos alunos.
Lacunas
e Críticas:
Não abordou crime, aborto, drogas, falta mais
textos, mais desenhos, grafite, falta o rap, regionalização, impressão em
volumes maiores, curtas-metragem pra trabalho em sala, figuras grandes, livro
auxiliar ou textos adicionais, portal educacional para o aluno, provas padrão,
exercícios em modelos lúdicos, pensar atividades pedagógicas fora de sala..
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Resumo Módulo VIII – Currículo e avaliação
Módulo VIII – Currículo e avaliação
Módulo tem por objetivo entender o processo de definição do currículo, entender o paradigma curricular instituído pela LDB, situar o currículo da SEE no conjunto das normas nacionais, conhecer a organização do currículo da SEE e o local da disciplina dentro dele, familiarizar-se com os diferentes sistemas de avaliação, conhecer o papel da avaliação da aprendizagem.
A política educacional se divide em gestão das carreiras e gestão do currículo. O Currículo possui três grandes projetos: projeto Ler e escrever, Projeto São Paulo faz Escola e Programa Redefor de especialização para professores e especialistas. O Currículo tem:
a. afirmação de valores educacionais e definição de objetivos de aprendizagem expressas em competências e habilidades que os alunos deverão aprender;
b. adoção de uma concepção curricular que deve presidir a seleção, organização e ordenamento dos conteúdos curriculares que serão mobilizados para ajudar a constituir as competências e habilidades previstas nos objetivos de aprendizagem;
c. afirmação sobre o significado de cada tipo de conteúdo curricular para objetivos de aprendizagem propostas e para a concepção de currículo adotada;
d. atividades facilitadoras dessas aprendizagens que podem ser realizadas por professores e alunos, expressas em sequências didáticas, situações de Aprendizagem, planos ou projetos de ensino;
e. formas de avaliação da aprendizagem;
f. procedimentos de revisão, recuperação e adequação curricular a partir dos dados da avaliação
O currículo possui um valor político e começou a ser definido na LDB. Valores que norteiam a educação na LDB: I) Reiteram o compromisso da nação brasileira com a solidariedade e a liberdade; (II) vinculam a Educação Básica ao trabalho e à prática social, dimensões da cidadania para a qual os conhecimentos contribuem como meios, não como fins em si mesmos: e (III) dão grande destaque para o desenvolvimento da capacidade de aprender como finalidade de toda a Educação Básica.
A LDB privilegia os resultados do processo educacional, expresso em competências. Privilegia-se as operações mentais, as competências. A educação é focalizada na aprendizagem, não no ensino. Mas o foco nas competências não significa abandono ou deprezo dos conteúdos, do currículo. Quando se foca nas competências, o foco sai do professor para o aluno, deixa de ser o ensino e passa a ser a aprendizagem. Sem aprendizagem não há ensino. Além de desenvolver a capacidade de aprender, o aluno deve ser capaz de associar a teoria com a prática, deve também compreender o significado das ciências, das letras e das artes. Deve-se buscar uma abordagem cognitivista e dinâmica de aprendizagem. È importante atuar nas operações afetivas, sociais e cognitivas do sujeito aprendente.
O governo federal, via Conselho Nacional de Educação, se incumbe de dar as diretrizes nacionais para que os entes federados organizem os seus currículos. Os entes possuem autonomia administrativa e pedagógica. No início fez-se diretrizes para cada nível de ensino e em 2010 surgiu uma diretriz curricular geral para a educação básica em todo o país. As DCNs falam das competências e as articulam com conteúdos para serem desenvolvidas, mas não fecham se os conteúdos serão dados em disciplinas estanques ou articuladas em eixos maiores ou projetos. Princípios pedagógicos a serem valorizados e presentes em documentos oficiais: identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinariedade, contextualização.Há, assim, dois ambitos de definição dos currículos. O ambito legislativo, com a LDB e o ambito normativo, com as diretrizes e outros mais. Nos E.U.A as diretrizes são mais especificadas mas são apenas para matemática e inglês. No Brasil, as diretrizes são para todas as disciplinas mas são menos específicas.
O São Paulo Faz Escola está organizado num primeiro nível em áreas e depois em disciplinas.
Avaliação: as avaliações devem ser feitas para dar resultado. Há avaliação externa, feita com o coletivo e que busca readequações gerais em termos de políticas públicas. E há avaliações internas, que servem para rever o plano pedagógico e os planos de trabalho de um professor e decidir sobre um aluno. Entretanto, a avaliação interna também serve para ver acertos e erros da política educativa em geral e as avaliações externas também podem ser utilizadas para readequações internas. O currículo vem antes estabelecendo as metas de aprendizagens que serão depois avaliadas.
Qual é o grau de equidade observado nos resultados da aprendizagem? Como as desigualdades sociais, econômicas e culturais de uma dada sociedade incidem sobre as oportunidades de aprendizagem? Quais características escolares diminuem o impacto do nível socioeconômico nos resultados da aprendizagem?
Que fatores melhor explicam os resultados positivos ou negativos da educação? Quais os efeitos da repetência? Ou do processo de alfabetização nas séries iniciais? Ou de aspectos como carreira e formação dos professores? Em que medida o envolvimento dos pais nas atividades escolares dos filhos incide sobre os resultados?
A avaliação interna busca perceber a evolução e as dificuldades de cada aluno. As avaliações externas buscam um diagnóstico sobre todo o sistema educativo. Serve ainda para analisar políticas públicas, examinar, prestar contas à sociedade. 19 países da América Latina fazem avaliações externas, isto tem se tornado uma cultura comum. Há ainda avaliações globais, como o PISA, da OCDE. Há o TIMMS e forte participação de países da Europa, América do Norte, Ásia, África. As avaliações fazem diagnósticos, servem para orientar políticas públicas, prestam contas à sociedade. As avaliações permitem saber o quanto e o que os alunos aprendem e quais são os fatores associados à aprendizagem.
1995- SAEB – dois em dois anos, usa escalas de proficiência e atinge amostra de alunos da 4, 8 e 3 série do médio. Levanta perfil socioeconômico, cultural e práticas de estudo. Há questionário para professores, para gestores, e dados sobre a estrutura escolar. Entre os fatores associados ao desempenho dos alunos, os resultados do SAEB indicam, por exemplo, forte correlação entre repetência, atraso escolar e baixo desempenho. Pesquisas indicam que as crianças que frequentam a pré-escola apresentam melhor desempenho em leitura e escrita ao final dos anos iniciais do ensino fundamental. Outra correlação importante é o efeito escola. Em países altamente desenvolvidos, a influência da escola na aprendizagem situa-se em torno de 10 a 20%, sendo de 80% a 90% do desempenho dos alunos explicado por fatores socioeconômicos culturais e grau de escolaridade dos pais. No Brasil, o efeito-escola é maior: de 30 a 40%. Como as famílias em geral possuem baixa escolaridade e não tem acesso a livros e outros bens culturais, o papel da escola no Brasil ganha um peso muito maior no aprendizado das crianças. A escola faz diferença. A boa escola é aquela onde o aluno aprende.
1996- Exame Nacional de Cursos Superiores – Provão – extinto em 2006
1998- Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM- avalia as 5 competências e as 21 habilidades. Em 2004 foi vinculado ao PROUNI. Antes servia para acesso a cursos técnicos profissionalizantes e cursos superior. Em 2009 foi reformulado para servir de ingresso ao ensino superior. Antes tinha uma redação e 63 questões, depois foi ampliado.
2002- Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA – Analisa competências e habilidades e permite titulação para quem perdeu o ensino regular.
2004- Exame Nacional de Desempenho de Estudantes de Ensino Superior – ENADE
2005 – Prova Brasil, avaliava só escolas urbanas e 5 e 9 anos e depois foi expandida. Utiliza as mesmas matrizes curriculares do SAEB. É universal e permite tirar médias por escola, diferente do SAEB. É base para o IDEB. Pega todos os alunos da quarta série e da oitava série.
2007- Índice de Desenvolvimento da Educação, retroativo a 2005. IDEB – Reúne num único indicador o desempenho e o fluxo escolar. Seu cálculo baseia-se nos dados de aprovação escolar, apurados no Censo Escolar, e nas médias de desempenho obtidas nas avaliações nacionais: o SAEB, para as unidades da Federação e o país; e a Prova Brasil, para os municípios. A combinação entre fluxo e aprendizagem resulta em uma média que varia de 0 a 10. As metas são diferenciadas de caso a caso.
2008- Provinha Brasil para alunos do 2 ano. Diagnostica o nível de alfabetização das crianças, é aplicada no início e no final do segundo ano. Há uma matriz de referência de alfabetização e letramento que serve de base.
Neste período, além da criação e expansão de mecanismos avaliativos, o país começou a participar do PISA.
Política de avaliação em São Paulo. Saresp, criado em 1996, e em 2007 foi reformulado e passou a usar a mesma métrica do SAEB, usando escala de proficiência que permite comparar temporalmente. É uma avaliação de larga escala, que permite analisar a rede quanto às competências e habilidades adquiridas. O SARESP não abrange totalmente o currículo, está baseado nele, mas é apenas um recorte. Há pré-teste de questões, há uma pequena amostra em que se procede a um exame mais elaborado com alguns alunos para se ver os procedimentos de pensamento. Os itens são construídos com base na matriz de referência do Saresp. A escala vai de 0 a 500 e serve para todos os anos, sendo os mais elevados o respectivo ao 3 ano do ensino médio. Há 26 cadernos de provas diferentes, pois o objetivo é analisar o sistema e não o aluno. A situação concreta verificada é dividida em abaixo do básico (insuficiente), básico (domínios mínimos), adequado (está no estágio adequado) e avançado (domina além do necessário). O SARESP permite identificar bem a defasagem de aprendizagem pois com ele se consegue ver se um aluno do 3 ano do ensino médio possui conhecimento de 5 ano ou 7 ano. Há divulgação anual dos resultados por escola, em disciplinas discriminadas. Todo ano se avalia o 3, 5, 7 , 9 e 3 ano do ensino médio. Todo ano se avalia português e matemática e vai se alternando humanas e ciências da natureza. Avalia todas as escolas estaduais, avalia municipais por convênio, particulares por adesão, e elas devem pagar. Há questionário sobre os pais, hábitos de estudos do aluno e sobre a atuação dos professores e dos gestores, tentando se levantar fatores econômicos, culturais e etc. o IDESP soma desempenho com fluxo. Não se quer aluno atrasado e não se quer aluno com deficiência de aprendizado. Existem metas para 2030 onde o médio deve chegar a 5, o fundamental II a 6 e o fundamental I a 7. Fora isto, há médias anuais por escola e por rede.
Resumo Módulo 5 - Aprendizagem e a relação com o conhecimento
Módulo 5
Aprendizagem e a relação com o conhecimento
Aprendizagem e a relação com o conhecimento
Módulo se preocupa em pensar a aprendizagem dos alunos e a forma como eles se relacionam com o conhecimento. Abordará competências e habilidades, o papel do conteúdo, as necessidades do processo de aprendizagem, suportes de apoio ao conhecimento. Busca dar compreensão sobre competências e habilidades, entender as competências e habilidades do Enem, saber usar competências em sala de aula.
Competência seria a capacidade de raciocínio, de analisar, de pensar as questões, de pensar as hipoteses, as saídas.
Dicionário Aurélio | Competência: faculdade concedida por lei a um funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões; qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade; oposição, conflito, luta. |
Lino de Macedo | Lino de Macedo citando Le Boterf (2000/2003): Competência é um saber combinatório, singular, contextualizado e que nos possibilita tomar decisões, mobilizar recursos e ativar esquemas necessários à prática profissional. |
Nilson José Machado | A competência é um atributo das pessoas, exerce-se em um âmbito bem delimitado, está associada a uma capacidade de mobilização de recursos, realiza-se necessariamente junto com os outros, exige capacidade de abstração e pressupõe conhecimento de conteúdos. |
Philippe Perrenoud | Competência é a faculdade de mobilizar uma série de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. As competências estão ligadas a diferentes contextos culturais, profissionais e condições sociais. Os seres humanos não vivem todos as mesmas situações. Eles desenvolvem competências adaptadas a seu mundo. A selva das cidades exige competências diferentes da floresta virgem, os pobres têm problemas diferentes dos ricos para resolver. Algumas competências se desenvolvem em grande parte na escola. Outras, não. |
ENEM | Competência é a capacidade ou habilidade que uma pessoa tem de resolver situações-problema. É o conjunto de conhecimentos, capacidades e aptidões que habilitam as pessoas para desempenhar atividades da vida cotidiana. A competência é conquistada através do desenvolvimento de habilidades. Utilizar uma competência é associar conhecimentos e habilidades para o enfrentamento de uma determinada situação. Avaliando competências, o ENEM confere se o aluno consegue utilizar o conteúdo aprendido em sua escolarização básica para resolução de problemas em sua vida cotidiana. |
Competência está relacionado com um saber fazer, com um saber agir, com uma capacidade. Consegue-se uma dada competência desenvolvendo habilidades. Algumas competências se desenvolvem na escola, outras fora dela. Competências é um saber que nos possibilita ativar esquemas necessários à prática profissional. Competência se alcança pelo desenvolvimento de habilidades. Competência se realiza necessariamente junto aos outros. Competência exige abstrações e conhecimento de conteúdos. Confere se o aluno é capaz de utilizar o conhecimento aprendido na escola para resolver questões do cotidiano. Competência requer domínio de conteúdos, de habilidades, de linguagens, de valores culturais, de emoções. Competência é uma capacidade humana, associa habilidades e conhecimentos, envolve recursos cognitivos, envolve um saber fazer algo em dado contexto, uma ação, relaciona-se a solução de situações problema. Competências se desenvolvem dentro e fora da escola, relaciona-se com o mundo do trabalho, adquiri-se desenvolvendo habilidades, pressupôe conhecimento de conteúdos.
Habilidades e competências: as habilidades são menores que as competências. Várias habilidades formam uma competência e uma mesma habilidade pode servir de elemento para competências distintas. Exemplo: a habilidade de falar bem pode servir para a competência de ensinar, de comunicar, de narrar, de advogar e etc. A competência consiste na mobilização ativa das habilidades para resolver uma situação problema. O homem possui habilidades cognitivas, psicomotoras, sociais, afetivas. As habilidades se dividem em tipos diferentes de conteúdos. Conteúdos conceituais/factuais: englobam fatos, conceitos, o que se deve saber. Conteúdos procedimentais: englobam métodos, técnicas, o que se deve saber fazer. Conteúdos atitudinais: englobam valores, normais, o que se deve ser. As habilidades são menores do que as competências, se referem a itens menores de ação/fim. Por exemplo, ordenar em ordem alfabética, ler, escrever, separar de menor para maior, conhecer um conceito, usá-lo em um texto, demonstrar conhecimento sobre um tema, articulá-lo num debate, reavaliá-lo, posicionar-se etc. Qualquer habilidade implica uma ação física e mental do indivíduo em um dado contexto. È um tipo de conhecimento caracterizada por saber fazer.
Na concepção de aprendizagem de A. Zabala, não é possivel para o professor ou professora ensinar sem se deter nas referências de como os alunos aprendem. Zabala destaca a necessidade do professor também estar atento às particularidades dos processos de aprendizagem de cada aluno (diversidade). No caso do ensino de habilidades, Zabala afirma ser importante levar em consideração as etapas de como o aluno aprende: a realização de ações que formam os procedimentos é uma condição essencial para sua aprendizagem; a exercitação múltipla é elemento imprescindível para o domínio competente; a reflexão sobre a própria atividade permite que o aluno tome consciência de sua própria atuação; a aplicação em contextos diferenciados possibilita a transferência do conhecimento adquirido. Zabala aponta que se deve partir de situações significativas e funcionais, atividades devem seguir uma ordem e irem progredindo, deve-se apresentar modelos, ter uma prática ordenada e oferecer ajuda de diferentes graus, dar possibilidade de independência para os aprendizes.
Aprendizagem requerida dos alunos, atuação do professor, metodologias disciplinares, conteúdos de cada disciplina tudo é articulado por meio de um currículo voltado para as competências.
O professor deve mobilizar metodologias, saberes próprios, conteúdos, para desenvolver competências nos adolescentes, instigar desdobramentos para a vida adulta. O currículo baseado em competências tira o foco do ensino e passa a focar a aprendizagem, preocupa-se em pensar o que o aluno vai aprender. As 5 competência do ENEM são: dominar linguagens: a norma culta e linguagens artísticas, matemática e outras mais; compreender fenômenos: usar conceitos para entender processos naturais, socio-históricos, tecnológicos, artísticos, entender situações problema, construir argumentações, elaborar propostas: de intervenção solidária e que respeite os valores sociis e humanos.
Dominar linguagens:dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso da linguagem matemática, artística e científica. Compreender Fenômenos: construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestaçõesartísticas. Entender Situações-Problema: selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações problema. Construir Argumentação:
Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. Elaborar Proposta: recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. Elaborar Proposta: recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Dentro do ENEM há uma articulação de cada competência com o conjunto de habilidades que lhe compete. Há habilidades que fazem parte de mais de uma competência.
As 21 habilidades do Enem:
1- Compreender e utilizar variáveis;
2- compreender e utilizar gráficos;
3- analisar dados estatísticos;
4- inter-relacionar linguagens;
5- contextualizar arte e literatura;
6- compreender as variantes lingüísticas;
7- compreender a geração e o uso de energia;
8- compreender a utilização dos recursos naturais;
9- compreender a água e sua importância;
10- compreender as escalas de tempo;
11- compreender a diversidade da vida;
12- utilizar indicadores sociais;
13- compreender a importância da biodiversidade;
14- conhecer as formas geométricas;
15- utilizar noções de probabilidade;
16- compreender as causas e conseqüências da poluição ambiental;
17- entender processos e implicações da produção de energia;
18- valorizar a diversidade cultural;
19- compreender diferentes pontos de vista;
20- contextualizar processos históricos;
21- compreender dados históricos e geográficos.
1- Compreender e utilizar variáveis;
2- compreender e utilizar gráficos;
3- analisar dados estatísticos;
4- inter-relacionar linguagens;
5- contextualizar arte e literatura;
6- compreender as variantes lingüísticas;
7- compreender a geração e o uso de energia;
8- compreender a utilização dos recursos naturais;
9- compreender a água e sua importância;
10- compreender as escalas de tempo;
11- compreender a diversidade da vida;
12- utilizar indicadores sociais;
13- compreender a importância da biodiversidade;
14- conhecer as formas geométricas;
15- utilizar noções de probabilidade;
16- compreender as causas e conseqüências da poluição ambiental;
17- entender processos e implicações da produção de energia;
18- valorizar a diversidade cultural;
19- compreender diferentes pontos de vista;
20- contextualizar processos históricos;
21- compreender dados históricos e geográficos.
A questão da leitura: A escola deve privilegiar a leitura e a escrita de textos e transformar os alunos em leitores de livros, de obras de arte, de gráficos, esquemas, tabelas, diagramas, paisagens, desenhos, fotografias, mapas, movimentos etc., e escritores de textos de gêneros diversos. Sabemos que essa tarefa não se resume apenas aos professores de Língua Portuguesa, mas ao conjunto de professores e à escola como um todo, através de atividades interdisciplinares e culturais.
Tradicionalmente, o trabalho com textos em sala de aula está pautado na leitura que admite apenas um sentido para o texto. Devemos exercitar a leitura polissêmica, motivando os alunos a descobrirem as outras leituras possíveis de um texto, transformando o ato de ler e escrever em atividades criativas e culturalmente produtivas. Por exemplo, as fábulas são lidas como histórias infantis ingênuas, quase nunca percebidas como denúncias de exploração, abuso de poder, traição etc.
Muitas vezes os textos não têm relação com a realidade dos alunos, não fazem parte das suas experiências cotidianas, tornando a leitura uma tarefa cansativa e sem interesse, porém, isso não quer dizer que não se deve ampliar o leque de conhecimento do aluno. O professor ou professora deve sempre estar em alerta para que os textos selecionados para o trabalho em classe tenham realmente significado para o aluno.
Existem diversos autores que enfatizam a competência leitora e escritora como a mais importante dentre outras para a formação do indivíduo, para o exercício pleno da cidadania, para seu ingresso no mercado de trabalho no futuro e para continuar aprendendo a aprender. A linguagem é importante nos diversos âmbitos da vida de qualquer pessoa; sua função comunicativa é essencial nas diferentes etapas de desenvolvimento e principalmente durante a adolescência.
Os conteúdos: os conteúdos não são dispensados na pedagogia das competências, entretanto eles devem ser relevantes. Antes se ensinava os conteúdos sem preocupação com sua relevância e/ou aplicabilidade. O que importa não é quantidade de informações, mas a forma de lidar com elas, desenvolvendo e trabalhando habilidades e competências. Conteúdos são de vários tipos: dados, habilidades, técnicas, atitudes, conceitos etc. Coll divide os conteúdos em procedimentais, atitudinais e conceituais. Saber, saber fazer e ser. Saberes relacionados a fatos e conceitos, saberes relacionados a valores, e saberes relacionados a formas de fazer. Saber ser, saber fazer e saber factual e conceitual. Todo conteúdo tem de ser curricular e a escola serve para capacitar o aluno para prosseguir aprendendo e agindo fora dela.
Formas de aprendizagem: pensar as formas de aprendizagem é pensar se se prefere as formas verbais, imagens, sons, escritas, movimentos, mapas, esquemas. Como preferem que as informações sejam organizadas, quais atividades preferem, em quais situações se envolvem mais.
Pode ocorrer de ser assunto de grande interesse para o aluno, assunto que já se sabia um pouco; situações dinâmicas em sala de aula, tarefas práticas diferentes e interessantes; atividades em grupo ou em dupla, com professor dinâmico e atuante na condução da sala; grande possibilidade de participação oral do grupo, resolução de situação-problema desafiadora.
No currículo voltado para competências é essencial romper com as práticas tradicionais e avançar em direção a uma ação pedagógica interdisciplinar direcionada para a aprendizagem do aluno-sujeito envolvido no processo não somente com seu potencial cognitivo, mas com todos os fatores que fazem parte do ser, ou seja, fatores afetivos, sociais e cognitivos.
Os conteúdos intercruzados e aqueles unificadores de temas constituem a mola mestra da interdisciplinaridade. Os conteúdos impregnados da(s) realidade(s) do aluno demarcam o significado pedagógico da contextualização.A contextualização imprime significados e relevância aos conteúdos escolares.As competências – que articulam conhecimentos, habilidades, procedimentos, valores e atitudes – indicam uma ruptura com ações e comportamentos que colocam a repetição e a padronização como marcos característicos da condução escolar e, para além disso, consubstanciam a necessidade de um novo modelo pedagógico.
Os conteúdos intercruzados e aqueles unificadores de temas constituem a mola mestra da interdisciplinaridade. Os conteúdos impregnados da(s) realidade(s) do aluno demarcam o significado pedagógico da contextualização.A contextualização imprime significados e relevância aos conteúdos escolares.As competências – que articulam conhecimentos, habilidades, procedimentos, valores e atitudes – indicam uma ruptura com ações e comportamentos que colocam a repetição e a padronização como marcos característicos da condução escolar e, para além disso, consubstanciam a necessidade de um novo modelo pedagógico.
Contextualizar é pensar que se requer relação entre sujeito e objeto e se requer um significante. A contextualização mobiliza saberes, aprendizagens. Alunos precisam atualizar seus esquemas de conhecimentes mediante a relação com novas aprendizagens, ver o que é novo, comparar, analisar. A aprendizagem significativa valoriza a capacidade de compreensão do conteúdo, a utilização do conteúdo, quando necessário. A aprendizagem mecânica, ao contrário, valoriza a capacidade de repetir o que aprender, e a reprodução sem compreensão.
Falar em aprendizagem significativa é assumir que aprender possui um caráter dinâmico que exige ações de ensino direcionadas para que os alunos aprofundem e ampliem os significados elaborados mediante suas participações nas atividades de ensino e aprendizagem. Nessa concepção, o ensino é um conjunto de atividades sistemáticas, cuidadosamente planejadas, em torno das quais conteúdo e forma articulam-se inevitavelmente e nas quais o professor e o aluno compartilham parcelas cada vez maiores de significados com relação aos conteúdos do currículo escolar, ou seja, o professor guia suas ações para que o aluno participe de tarefas e atividades que o façam se aproximar cada vez mais dos conteúdos que a escola tem para lhe ensinar.
Se pensarmos na aprendizagem significativa como o estabelecimento de relações entre significados, os preceitos de precisão, linearidade, hierarquia, encadeamento que estão presentes na escola, na organização do currículo e na seleção das atividades, devem dar lugar a outras perspectivas nas quais o conhecimento pode ser visto como uma rede de significados, em permanente processo de transformação no qual, a cada nova interação, a cada possibilidade de diferentes interpretações, uma nova ramificação se abre, um significado se transforma, novas relações se estabelecem, possibilidades de compreensão são criadas.
Nesse sentido, rompendo com as teorias lineares que dão sustentação ao modelo tradicional de ensino, em que existem pré-requisitos, etapas rígidas e formais de ensino e aprendizagem, cadeias de conteúdos, escalas de avaliação da aprendizagem, a teoria do conhecimento como rede sustenta que a apreensão de um conceito, ideia, fato, procedimento, faz-se através das múltiplas relações que aquele que aprende faz entre os diferentes significados desse mesmo conceito. In: Aprendizagem significativa – O lugar do conhecimento e da inteligência. Kátia Cristina Stocco Smole, Doutoranda em Educação pela FE-USP
Se pensarmos na aprendizagem significativa como o estabelecimento de relações entre significados, os preceitos de precisão, linearidade, hierarquia, encadeamento que estão presentes na escola, na organização do currículo e na seleção das atividades, devem dar lugar a outras perspectivas nas quais o conhecimento pode ser visto como uma rede de significados, em permanente processo de transformação no qual, a cada nova interação, a cada possibilidade de diferentes interpretações, uma nova ramificação se abre, um significado se transforma, novas relações se estabelecem, possibilidades de compreensão são criadas.
Nesse sentido, rompendo com as teorias lineares que dão sustentação ao modelo tradicional de ensino, em que existem pré-requisitos, etapas rígidas e formais de ensino e aprendizagem, cadeias de conteúdos, escalas de avaliação da aprendizagem, a teoria do conhecimento como rede sustenta que a apreensão de um conceito, ideia, fato, procedimento, faz-se através das múltiplas relações que aquele que aprende faz entre os diferentes significados desse mesmo conceito. In: Aprendizagem significativa – O lugar do conhecimento e da inteligência. Kátia Cristina Stocco Smole, Doutoranda em Educação pela FE-USP
Pode-se atuar por projetos ou por situações-problema, para se garantir um aprendizado com maior significado.
Sequências Didáticas: Uma sequência didática na concepção construtivista constitui-se de uma série de etapas de atividades, previamente definidas pelo professor, voltadas para determinadas intenções, também explicitadas, para favorecer o maior grau possível de significância das aprendizagens, além da necessária atenção à diversidade dos alunos. Uma sequência didática considera:
· conhecimentos prévios;
· significância e funcionalidade dos novos conteúdos;
· nível de desenvolvimento;
· zona de desenvolvimento proximal;
· conflito cognitivo e atividade mental;
· atitude favorável;
· autoestima e autoconceito;
· aprender a aprender
Resumo Módulo IV – Identidade e diversidade cultural
Módulo IV – Identidade e diversidade cultural
Ser professor envolve complexos saberes e fazeres, capacidade de transmitir conhecimento, de motivar, de estabelecr vínculos, de trabalhar incessantemente. Módulo servirá para se aprender quem são os alunos, caracteríticas dos jovens da escola pública, como proporcionar o protagonismo juvenil na escola, como intervir adequadamente em situações de conflito.
A escola é espaço de muitas aprendizagens, da constituição de muitos saberes. O professor é fundamental na articulação deste espaço de aprendizagem em um quadro curricular. A maioria das aprendizagens pode ser articulada a um currículo. È também espaço de vivência e interação, adquirindo um enorme valor simbólico, afetivo e formativo para o jovem.
A adolescência é a fase que medeia a infância e a vida adulta, é uma época de muitas particularidades, constituição de identidades, descobertas, dúvidas, curiosidades, experimentos. Não há uma fórmula para a adolescência e cada uma a enfrenta de acordo com a rede de vivências passadas e presentes que possui. A constituição de grupos é muito forte, se inicia um desligamento da família e o jovem passa a formar a identidade a partir de uma formação grupal. Anseios por se afirmar e também por ser aceito se somam, o grupo é muitas vezes a melhor forma de enfrentar o mundo. A formação de grupos também gera conflitos, o bullyng. O professor deve desenvolver habilidade para lidar com tais conflitos. A adolescência não existia em nossa sociedade. Enquanto outros povos possuem rituais para marcar a chegada da vida adulta e a assunção de novas responsabilidades, entre nós somente no século XIX é que surge a adolescência, como fase especial entre a infância e a vida adulta.
Existem várias definições de adolescência: Esses termos são às vezes usados como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz, e em inglês Youth e Adolescence), às vezes como duas fases distintas, mas que se sobrepõem. Para Steinberg, a adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude (ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade – sendo que ela deixa aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira; a Organização Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e os 20 anos de idade e, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece ainda outra faixa etária: dos 11 aos 18 anos. Além disso, Oerter e Montada descrevem uma “idade adulta inicial” (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29 anos e que se sobrepõe às definições de “juventude” apresentadas. Como quer que seja, é importante salientar que “adolescência” é um termo geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento biopsicossocial.
Grêmios estudantís são importantes para o protagonismo juvenil, para o aprendizado da resolução pacífica de conflitos, e para o aprendizado e prática da democracia e da cidadania. A formação de grêmios envolve o aprendizado de conceitos, práticas e história, organização de eleições, debates, apresentação de propostas. “Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio- comunitário ” (Costa, 1996:90)
A adolescência tende a ser vista de forma estigmatizada, como momento de crise, risco e transgressão. Os adolescentes não podem ser resumidos aos seus problemas e precisam ser entendidos dentro do contexto em que se inserem, daí a importância de conhecer tal e de compreender as peculiaridades da mesma.
O professor pode dar ao aluno possibilidades de participação em sala, o aluno pode se sentir seguro na sala, estar aberto para discussões. A adesão a disciplina melhora e a aula fica mais participativa, pode contextualizar os conteúdos do currículo para deixar mais atrativo aos jovens, quando o jovem percebe que é respeitado e que tem valor, sua autoestima melhora e ele estabelece mais vínculos e mais confiança. O professor pode propiciar espaços de conversa e ajudar ao jovem se apropriar do espaço escolar, professor deve respeitar o saber e as vivências dos alunos, quando o jovem tem espaço para atuar, fazer projetos e se apropriar do espaço, ele respeita e cuida mais, aprende democracia na vivência, percebendo que suas decisões influenciam no dia-a-dia e são importantes.
Em uma pesquisa de 2003, os jovens elegeram como piores problemas o fato de conviver com riscos 23%, falta de liberdade 22%, falta de renda 20% e drogas 17%. Eles vivem o período de buscar identidade numa fase em que os adultos não lhe depositam confiança. Querem ao mesmo tempo se livrar da infância e passam a ser cobrados na assunção de comportamentos que os leve a vida adulta. É um período de grandes transformações biológicas: crescem os ossos, o tronco e os membros, desenvolvem-se os órgãos sexuais, com a elevação dos hormônios, há mudanças nas características físicas ligadas ao sexo, como crescimento dos seios, pênis e outros mais. Ao mesmo tempo que sente angústia e confusão, o jovem se sente orgulhoso e satisfeito.
O jovem não vive somente na escola. O espaço de socialização e de interação é vasto. Neste período, os grupos de iguais são pontos importantes de afirmação constituição da identidade. É necessário ser reconhecido pelos iguais, para além de família, escola, vizinhos e parentes. A questão do sexo pode ocasionar situações de risco. A escola deve ser local para discussão e de aprendizagem. O professor pode discutir as pulseirinhas do sexo, discutir sexo e gravidez irresponsável, doenças sexualmente transmissíveis, usar atividades que proporcionem o conhecimento do próprio corpo, atividades que melhorem a autoestima dos alunos, promover debates sobre ética nas relações. O adolescente também é fruto do meio socioeconômico em que se desenvolve. Ser adolescente do campo é diferente de ser da cidade, da periferia, da classe média, da pobreza, da negritude, etc. É preciso não só considerá-los sujeitos de direitos, mas também protagonistas, éticos, autônomos. Há mudanças corporais, novas responsabilidades, o problema da aceitação entre pares e o problema da relação com os adultos. Novas relações com o corpo, novas responsabilidades, novas identidades entre os pares e entre os adultos. A partir de aproximação e distanciamento com outras pessoas, o jovem define a identidade que quer ter. O grupo de amigos é o ponto central para testar valores e formar identidade. No grupo de iguais ele sai da solidão e luta contra a angústia, testa valores e comportamentos. Aí ele encontra pessoas que estão passando pelas mesmas coisas e pode testar, trocar informações e impressões, e ver as reações produzidas. Jovens se identificam por gestos, falas, vestes e outros adereços mais.
Num quadro a família se torna principal aporte econômico, amigos e outros se transformam em fontes afetivas e comportamentais. Mesmo que a escola e a família continuem sendo referências muito fortes, principalmente como espaço de afetividade e solidariedade para o enfrentamento das dificuldades externas, o adolescente tende a se afastar desses núcleos a fim de se desligar da autoridade dos pais e estabelecer confrontos entre valores e ideias, a partir de novas fontes. Em muitos casos, a individuação em relação à família e à escola pode se dar através da recusa de valores e normas considerados fundamentais pelos pais. Da mesma maneira, pode haver recusas em relação aos valores e normas da escola, comumente representados pela figura do professor. Muitas vezes essas recusas são representadas pelas vestimentas, que nem sempre são aceitas pela sociedade. Nem sempre os grupos convivem de forma pacífica. È necessário aprender a lidar com as diferenças, é um aprendizado. O professor deve ser um mediador dentre uma situação de enorme conflituosidade. Gangues se formam por poder, por status, contra a solidão, por respeito, por força.
No Brasil, os negros são 50% da população, considerando-se pretos e pardos. Existem 43 religiões, sendo 70% católicos. 40% dos brasileiros não mora nos municípios em que nasceram. É necessário considerar a formação particular familiar dos alunos. Há casos de bullyng, em que os grupos se enfrentam. Agressões religiosas, estéticas, raciais, socioeconômicas. São conflitos que existem na sociedade e invadem a escola. A responsabilidade de discutir não é só da escola, é da família e da sociedade também, é de todos. São atos agressivos continuados, verbais ou físicos. Geralmente o agressor não é violento somente na escola, ele atua da mesma forma em outros cantos. Atividade foca que o professor deve procurar garantir a integridade física e psicológica do aluno, intervindo e intermediando os conflitos, não se ausentando, buscando uma solução negociada para os mesmos. Deve-se dar o exemplo de solução de conflitos sem uso de violência. No entanto, o professor não dá conta sozinho. Deve-se assumir que a escola é local de conflitos e se buscar uma ação preventiva que envolva toda a comunidade escolar.
Escola tem namoro, grupos, conflitos. Deve-se aprender a lidar com os conflitos. A punição e o castigo, de uso tradicionais, não são a melhor forma de trabalhar a questão. O professor deve mediar de forma neutra, dando oportunidade para que os envolvidos se coloquem. Deve-se valorizar as posições dos envolvidos. Valorizar o protagonismo juvenil, dando aos jovens a oportunidade de propor e assumir responsabilidades por combinados. É necessário criar a cultura do diálogo. A resolução de conflitos de forma não violenta na escola estimula o aluno a aprender a resolver conflitos de forma não violenta na sociedade. Professor deve procurar conhecer os seus alunos, procurar compreender as diferenças e os motivos dos possíveis conflitos, reflita sobre os pontos fortes e fracos da convivência escolar e coloque pra reflexão com os alunos, procure intervir pensando em trabalhos grupais que estimulem a cooperação e a solidariedade. Professor deve ter preocupação com a convivência escolar. Saber sempre intervir de forma respeitosa. Deve-se buscar agir imediatamente contra a violência, superar a invisibilidade social, superar os estigmas, valorizar as vivências pessoais, recuperar a identidade cultural. Boa parte dos alunos estão desempregados, trabalham ou necessitam trabalhar. 65% não terminaram o ensino médio e 35% não terminaram o fundamental, isto dentre os jovens de 16 a 24 anos. Uns trabalham para ajudar a família, outros para consumir coisas que sem trabalhar não conseguiriram consumir, outros para estudar e se formarem profissionalmente, outros buscam o trabalho como fonte de dignidade e respeito e o relacionam a valorização familiar e social.
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