segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Resumo Módulo IV – Identidade e diversidade cultural

Módulo IV – Identidade e diversidade cultural

            Ser professor envolve complexos saberes e fazeres, capacidade de transmitir conhecimento, de motivar, de estabelecr vínculos, de trabalhar incessantemente. Módulo servirá para se aprender quem são os alunos, caracteríticas dos jovens da escola pública, como proporcionar o protagonismo juvenil na escola, como intervir adequadamente em situações de conflito.
            A escola é espaço de muitas aprendizagens, da constituição de muitos saberes. O professor é fundamental na articulação deste espaço de aprendizagem em um quadro curricular. A maioria das aprendizagens pode ser articulada a um currículo. È também espaço de vivência e interação, adquirindo um enorme valor simbólico, afetivo e formativo para o jovem.
            A adolescência é a fase que medeia a infância e a vida adulta, é uma época de muitas particularidades, constituição de identidades, descobertas, dúvidas, curiosidades, experimentos. Não há uma fórmula para a adolescência e cada uma a enfrenta de acordo com a rede de vivências passadas e presentes que possui. A constituição de grupos é muito forte, se inicia um desligamento da família e o jovem passa a formar a identidade a partir de uma formação grupal. Anseios por se afirmar e também por ser aceito se somam, o grupo é muitas vezes a melhor forma de enfrentar o mundo. A formação de grupos também gera conflitos, o bullyng. O professor deve desenvolver habilidade para lidar com tais conflitos. A adolescência não existia em nossa sociedade. Enquanto outros povos possuem rituais para marcar a chegada da vida adulta e a assunção de novas responsabilidades, entre nós somente no século XIX é que surge a adolescência, como fase especial entre a infância e a vida adulta.
            Existem várias definições de adolescência: Esses termos são às vezes usados como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz, e em inglês Youth e Adolescence), às vezes como duas fases distintas, mas que se sobrepõem. Para Steinberg, a adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida, enquanto a ONU define juventude (ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade – sendo que ela deixa aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira; a Organização Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e os 20 anos de idade e, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece ainda outra faixa etária: dos 11 aos 18 anos. Além disso, Oerter e Montada descrevem uma “idade adulta inicial” (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29 anos e que se sobrepõe às definições de “juventude” apresentadas. Como quer que seja, é importante salientar que “adolescência” é um termo geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento biopsicossocial.
            Grêmios estudantís são importantes para o protagonismo juvenil, para o aprendizado da resolução pacífica de conflitos, e para o aprendizado e prática da democracia e da cidadania. A formação de grêmios envolve o aprendizado de conceitos, práticas e história, organização de eleições, debates, apresentação de propostas. “Protagonismo juvenil é a participação do adolescente em atividade que extrapolam os âmbitos de seus interesses individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, os diversos âmbitos da vida comunitária; igrejas, clubes, associações e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio- comunitário ” (Costa, 1996:90)

            A adolescência tende a ser vista de forma estigmatizada, como momento de crise, risco e transgressão. Os adolescentes não podem ser resumidos aos seus problemas e precisam ser entendidos dentro do contexto em que se inserem, daí a importância de conhecer tal e de compreender as peculiaridades da mesma.
            O professor pode dar ao aluno possibilidades de participação em sala, o aluno pode se sentir seguro na sala, estar aberto para discussões. A adesão a disciplina melhora e a aula fica mais participativa, pode contextualizar os conteúdos do currículo para deixar mais atrativo aos jovens, quando o jovem percebe que é respeitado e que tem valor, sua autoestima melhora e ele estabelece mais vínculos e mais confiança. O professor pode propiciar espaços de conversa e ajudar ao jovem se apropriar do espaço escolar, professor deve respeitar o saber e as vivências dos alunos, quando o jovem tem espaço para atuar, fazer projetos e se apropriar do espaço, ele respeita e cuida mais, aprende democracia na vivência, percebendo que suas decisões influenciam no dia-a-dia e são importantes.
            Em uma pesquisa de 2003, os jovens elegeram como piores problemas o fato de conviver com riscos 23%, falta de liberdade 22%, falta de renda 20% e drogas 17%. Eles vivem o período de buscar identidade numa fase em que os adultos não lhe depositam confiança. Querem ao mesmo tempo se livrar da infância e passam a ser cobrados na assunção de comportamentos que os leve a vida adulta. É um período de grandes transformações biológicas: crescem os ossos, o tronco e os membros, desenvolvem-se os órgãos sexuais, com a elevação dos hormônios, há mudanças nas características físicas ligadas ao sexo, como crescimento dos seios, pênis e outros mais. Ao mesmo tempo que sente angústia e confusão, o jovem se sente orgulhoso e satisfeito.
            O jovem não vive somente na escola. O espaço de socialização e de interação é vasto. Neste período, os grupos de iguais são pontos importantes de afirmação   constituição da identidade. É necessário ser reconhecido pelos iguais, para além de família, escola, vizinhos e parentes. A questão do sexo pode ocasionar situações de risco. A escola deve ser local para discussão e de aprendizagem. O professor pode discutir as pulseirinhas do sexo, discutir sexo e gravidez irresponsável, doenças sexualmente transmissíveis, usar atividades que proporcionem o conhecimento do próprio corpo, atividades que melhorem a autoestima dos alunos, promover debates sobre ética nas relações. O adolescente também é fruto do meio socioeconômico em que se desenvolve. Ser adolescente do campo é diferente de ser da cidade, da periferia, da classe média, da pobreza, da negritude, etc. É preciso não só considerá-los sujeitos de direitos, mas também protagonistas, éticos, autônomos. Há mudanças corporais, novas responsabilidades, o problema da aceitação entre pares e o problema da relação com os adultos. Novas relações com o corpo, novas responsabilidades, novas identidades entre os pares e entre os adultos. A partir de aproximação e distanciamento com outras pessoas, o jovem define a identidade que quer ter. O grupo de amigos é o ponto central para testar valores e formar identidade. No grupo de iguais ele sai da solidão e luta contra a angústia, testa valores e comportamentos. Aí ele encontra pessoas que estão passando pelas mesmas coisas e pode testar, trocar informações e impressões, e ver as reações produzidas. Jovens se identificam por gestos, falas, vestes e outros adereços mais.
Num quadro a família se torna principal aporte econômico, amigos e outros se transformam em fontes afetivas e comportamentais. Mesmo que a escola e a família continuem sendo referências muito fortes, principalmente como espaço de afetividade e solidariedade para o enfrentamento das dificuldades externas, o adolescente tende a se afastar desses núcleos a fim de se desligar da autoridade dos pais e estabelecer confrontos entre valores e ideias, a partir de novas fontes. Em muitos casos, a individuação em relação à família e à escola pode se dar através da recusa de valores e normas considerados fundamentais pelos pais. Da mesma maneira, pode haver recusas em relação aos valores e normas da escola, comumente representados pela figura do professor. Muitas vezes essas recusas são representadas pelas vestimentas, que nem sempre são aceitas pela sociedade. Nem sempre os grupos convivem de forma pacífica. È necessário aprender a lidar com as diferenças, é um aprendizado. O professor deve ser um mediador dentre uma situação de enorme conflituosidade. Gangues se formam por poder, por status, contra a solidão, por respeito, por força.
            No Brasil, os negros são 50% da população, considerando-se pretos e pardos. Existem 43 religiões, sendo 70% católicos. 40% dos brasileiros não mora nos municípios em que nasceram. É necessário considerar a formação particular familiar dos alunos. Há casos de bullyng, em que os grupos se enfrentam. Agressões religiosas, estéticas, raciais, socioeconômicas. São conflitos que existem na sociedade e invadem a escola. A responsabilidade de discutir não é só da escola, é da família e da sociedade também, é de todos. São atos agressivos continuados, verbais ou físicos. Geralmente o agressor não é violento somente na escola, ele atua da mesma forma em outros cantos. Atividade foca que o professor deve procurar garantir a integridade física e psicológica do aluno, intervindo e intermediando os conflitos, não se ausentando, buscando uma solução negociada para os mesmos. Deve-se dar o exemplo de solução de conflitos sem uso de violência. No entanto, o professor não dá conta sozinho. Deve-se assumir que a escola é local de conflitos e se buscar uma ação preventiva que envolva toda a comunidade escolar.
            Escola tem namoro, grupos, conflitos. Deve-se aprender a lidar com os conflitos. A punição e o castigo, de uso tradicionais, não são a melhor forma de trabalhar a questão. O professor deve mediar de forma neutra, dando oportunidade para que os envolvidos se coloquem. Deve-se valorizar as posições dos envolvidos. Valorizar o protagonismo juvenil, dando aos jovens a oportunidade de propor e assumir responsabilidades por combinados. É necessário criar a cultura do diálogo. A resolução de conflitos de forma não violenta na escola estimula o aluno a aprender a resolver conflitos de forma não violenta na sociedade. Professor deve procurar conhecer os seus alunos, procurar compreender as diferenças e os motivos dos possíveis conflitos, reflita sobre os pontos fortes e fracos da convivência escolar e coloque pra reflexão com os alunos, procure intervir pensando em trabalhos grupais que estimulem a cooperação e a solidariedade. Professor deve ter preocupação com a convivência escolar. Saber sempre intervir de forma respeitosa. Deve-se buscar agir imediatamente contra a violência, superar a invisibilidade social, superar os estigmas, valorizar as vivências pessoais, recuperar a identidade cultural. Boa parte dos alunos estão desempregados, trabalham ou necessitam trabalhar. 65% não terminaram o ensino médio e 35% não terminaram o fundamental, isto dentre os jovens de 16 a 24 anos. Uns trabalham para ajudar a família, outros para consumir coisas que sem trabalhar não conseguiriram consumir, outros para estudar e se formarem profissionalmente, outros buscam o trabalho como fonte de dignidade e respeito e o relacionam a valorização familiar e social.
            

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