segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Resumo Módulo III: A carreira docente: procedimentos de ação pedagógica.

Módulo III: A carreira docente: procedimentos de ação pedagógica.

            Este módulo foca a questão da carreira docente e temas ligados ao cotidiano da escola, principalmente a sala de aula. Depois de ler poesias de Moacir Carneiro, aparece a frase dele de que uma boa escola é um sonho em construção. 10,3 milhões de professores precisam ser contratados no mundo até 2015 para suprir as matrículas do ensino fundamental. Pesquisa da Fundação SM realizada em 2008 com 8.700 professores de educação básica de todo o Brasil. Pesquisa feita em parceria com Organização do Estados Ibero–americanos.  71% considerou satisfatório o início da carreira profissional, 39% dos iniciantes pensaram em abandonar e 40% dos iniciantes disseram ser difícil ensinar. Só 23% acham que vai piorar, 18,4% vao continuar como está e 57,9% acham que vai melhoar (público), 73,1 acha que vai melhorar, 14,5 permanece, e 12,4% vai piorar.O otimismo é maior no ensino infantil, onde 74% acha que vai melhorar, de 1 a 4 são 65,1% que pensam da mesma forma, de 5 a 8 são 47,4% e no médio são 55,6%. Que permanece são 20,9 no médio, 19,5 de 5ª 8, 16,9 de 1ª 4, e 15,7 no infantil. Que piora são 23,4 no médio, 33,1 de 5 a 8, 18,1 de 1 a 4 e 10,3% no infantil. Sobre se o ensino atual atende bem ao que precisarão no futuro, a maioria concorda 53,2% e apenas 20,8% discordam. No público são 56,2% que concordam e no privado são apenas 39%, Os que discordam são  18% no público e 34,4% no privado. Entre os níveis de ensino não há tanta diferença. Os índices de 5 a 8 são mais pessimistas, 59,2%. Entretanto, 70% não mudaria de profissão em geral. Na faixa de 17 a 19% mudaria de profissão. Absoluta maioria concorda que o interesse de aprender do aluno depende, entre outras coisas, do entusiasmo do professor. São 66,1% no total, 63% no público e 81,8% no particular.

            Gestão da sala de aula: A gestão de sala de aula refere-se às ações desenvolvidas pelos professores para criar as condições adequadas ao ensino e à aprendizagem. Esse conceito abarca desde temas cotidianos como a necessidade da lição de casa até a importância do planejamento escolar. Além desses aspectos, trata também dos tempos escolares, da organização do dia a dia e das formas de agrupamentos. Na gestão da sala de aula o professor deve ter a percepção da melhor organização de espaço, de tempo e da atividade a ser desenvolvida, visando as melhores formas de aprendizagem para aquele conteúdo e para aquela turma. Com isso, otimiza as aprendizagens individuais ou em grupos. O segundo tema deste módulo diz respeito à organização de situações de aprendizagem, as “modalidades organizativas”, estratégias fundamentais a ação pedagógica comprometida com a construção de saberes significativos.
            A sala de aula concretiza e centraliza a organização da prática pedagógica. Neste binômio, o mais importante é a ideia de aula, pois o espaço “sala” pode ter diferentes configurações e características físicas, pode inclusive acontecer a aula fora de uma sala convencional. A sala de aula é um espaço no qual professor e alunos constroem e reconstroem uma ‘cultura de sala’ a partir de uma ‘cultura escolar’ (Collins & Green,1992).
            O professor desenvolve o planejamento com determinados fins. O seu plano de trabalho anual deve estar em consonância com o projeto pedagógico e com as orientações curriculares da secretaria, assim como, com  as necessidades de aprendizagem dos alunos. O planejamento é importante, assim como, a abordagem de temas atuais da infância e da juventude, estratégias de avaliação da aprendizagem e outros. O professor deve começar a aplicar o planejamento a começar pelo plano de aula. A atividade em sala contém vários elementos: seleção de materiais e recursos, pauta, sensibilização, problematização, alterações no espaço físico, participação, compartilhamento da aprendizagem, gestão do tempo, atividades didáticas, lição de casa, avaliação.
            A lição de casa é vista de diferentes formas pelos alunos. Para os que gostam de estudar, a lição de casa é vista como momento de estudo e de revisão dos conteúdos, de aprendizagem e de responsabilidade; os que fazem por obrigação o fazem para evitar consequências; os que não fazem, não fazem porque iriam perder tempo de lazer. Segundo o SAEB, alunos que fazem lição de casa atingem maior capacidade em exames e outros mais. A lição de casa faz parte do plano pedagógico e deve estar presente no contrato didático. Também deve ficar claro o papél de cada um e como os pais podem/devem ajudar os filhos nas lições de casa. Cabe a escola e ao professor orientar os pais sobre como proceder junto aos filhos quanto a lição de casa. O professor deve se empenhar em: agendar a tarefa com antecedência, fazer propostas coerentes com a realidade do aluno, orientar os alunos, dar retorno, conferir e corrigir, sugerir materiais e fontes de pesquisa. O objetivo da lição é: desenvolver hábito de estudo, sensibilizar para novos conteúdos, sistematizar o aprendizado em sala, aprofundar conhecimentos, desenvolver responsabilidade e autonomia. Família e aluno devem decidir o momento de fazer a lição, o horário inicial e final para lições de casa, determinar local adequado para o estudo, disponibilizar materiais. O dever de casa implica uma conexão escola/casa e pressupôe que há uma estrutura que garante o estudo doméstico.
            O trabalho em grupo: professor deve selecionar grupos por critérios relevantes, ponderando a divisão de tarefas e produtividade coletiva,  atividade tem que ser realmente em grupo e deve partir de um roteior previamente apresentado pelo professor, deve apresentar antes os critérios avaliativos, prever tempo para o grupo pensar a participação de cada um, abrir espaço para os grupos proporem critérios de avaliação da participação individual, professor deve pesquisar e propor fontes de pesquisa e deve acompanhar como está sendo feito o trabalho pelos alunos, alunos deverão receber orientação sobre como apresentar o trabalho podendo escolher entre ao menos duas formas de apresentação, os critérios de avaliação devem se previamente esclarecidos, apresentação do grupo deve ser submetida a apreciação dos outros alunos/grupos, professor deve dar uma devolutiva e convidar alunos para a reflexão coletiva sobre as atividades.

Modalidades organizativas:  Outro grande desafio da gestão da sala de aula é a criação de um ambiente que propicie aprendizagens significativas. Nesse sentido, o professor deve contar com um conjunto de ações didáticas que, articuladas aos objetivos, possibilitam um ambiente rico e desafiador.

            Atividades como observação, experimentação, entrevista, visitas com roteiro, trabalho em grupo, seminário, exposição oral, painel e outras são estratégias que podem tornar a aula mais dinâmica e produtiva, auxiliando o professor na difícil tarefa de atrair e manter o interesse dos alunos. Dentre as diversas atividades, chamamos a atenção para as modalidades organizativas da aprendizagem. Integrar atividades permanentes, sequências didáticas e projetos de ensino requer planejamento e um conhecimento claro dos conteúdos. A pedagogoa argentina Délia Lerner classificou o trabalho em classe em 3 etapas: atividades permanentes, sequências didáticas e projetos didáticos. Temos objetivos e conteúdos a trabalhar e para tal há o encadeamento de uma série de processos. As atividades permanentes são do dia a dia e devem servir para habituar os alunos com dados conteúdos e mecanismos, a sequência didática encadeia o trabalho no dia a dia numa sequência com objetivos de aprendizagem crescentes. O projeto didático possui um produto final e tem objetivos mais abrangentes.
            Pedagogia de projetos: desinteresse foi maior fator de desistência para jovens entre 15 e 17 anos. 40,3% entram nesta cifra ante 27,1% que desistiam para ajudar os pais. A Pedagogia de Projetos visa a ressignificação do espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto a múltiplas dimensões. O trabalho com projetos traz uma nova perspectiva para entendermos o processo de ensino e de aprendizagem. Aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. Nessa postura, todo conhecimento é construído em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo. A formação dos alunos não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer e intervir no contexto não se encontram dissociados. "Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada”.
            Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas. Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um “aprendiz do conteúdo de uma área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está desenvolvendo uma atividade complexa e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de um determinado objeto de conhecimento cultural e se formando como sujeito cultural” (Leite, 2007). Isso significa que é impossível homogeneizar os alunos, é impossível desconsiderar sua história de vida, seus modos de viver, suas experiências culturais, e dar um caráter de neutralidade aos conteúdos, desvinculando-os do contexto sócio-histórico que os gestou.
            - Um projeto envolve os alunos, possui um objetivo que dá unidade a todos os processos e tem um produto final.
            - a cooperação e autonomia dos alunos é fundamental.
            - o problema é relevante e leva em conta o contexto socio-cultural. Alunos buscam respostas pessoais e originais.
            - parte-se de um problema ou rol de problemas concretos que exige uma atividade para sua resolução.
            - escolha do objetivo central, formulação de problemas, planejamento, avaliação, métodos.. um projeto possui várias fases.
            -projeto pode se iniciar tanto com alunos quanto com professor, pdoe centrar em uma matéria só ou em várias, pode ser qualquer atividade que produza um material escrito ou não escrito, o projeto tem que ter um destinatário fora da sala de aula, os projetos devem desenvolver aspectos curriculares.
           

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